Personagens
 
Aléxis Dorofeeff

Aléxis Dorofeeff nasceu a 13 de abril de 1902, em Moscou, na Rússia, filho de Basílio e Nadiejda. Na disputa pelo poder em sua pátria, quando se enfrentaram os Exércitos Branco e Vermelho, lutou no primeiro. Com a vitória dos comunistas do Exército Vermelho, deixou a Rússia para estudar na Bélgica e na então Iugoslávia. Naquele país conquistou, em Gembloux, os diplomas de engenheiro agrônomo e engenheiro agrícola e, na Iugoslávia, o de engenheiro florestal. Em fins de 1929 imigrou para o Brasil, aportando, em 1º.1.1930, no Rio de Janeiro. Em 1935, naturalizou-se brasileiro.

Convidado por João Carlos Bello Lisboa, então diretor da ESAV, entrou no corpo docente desse estabelecimento em 12 de março de 1930. Em dezembro do mesmo ano, foi contratado como professor auxiliar de Engenharia Rural, Química e Solos e Adubos, permanecendo nessa condição até dezembro de 1932.

Entrou, em seguida, no serviço público do Espírito Santo para exercer o cargo de diretor da Estação Experimental de Goitacazes, da Diretoria de Agricultura, Indústria e Comércio. Em janeiro de 1935, foi designado para exercer, interinamente, o cargo de diretor de Agricultura e Comércio. Nesse mesmo ano, foi nomeado membro do Conselho Florestal do Estado.

Em dezembro de 1935 foi efetivado no cargo de assistente técnico do Departamento Geral de Agricultura, cargo que ocupou até abril de 1936.

Em seguida, foi admitido como agrônomo diarista do Serviço Complementar das Obras Contra a Seca, permanecendo como chefe da Seção de Irrigação e Drenagem, com sede em Condado, Paraíba, até abril de 1937.

Retornou à ESAV em maio de 1937, sendo designado superintendente do Departamento de Solos e Adubos. Em agosto do mesmo ano, foi contratado como professor catedrático de Solos e Adubos, cargo em que permaneceu até janeiro de 1950, quando em conseqüência da reorganização do quadro docente da recém-criada UREMG, passou, como professor efetivo, a professor adjunto.

Sua vasta formação acadêmica permitiu-lhe lecionar, no Curso d Agronomia, diferentes disciplinas: Topografia, Máquinas Agrícolas, Construções Rurais, Agrologia, Química Agrícola, Meteorologia, Mineralogia e geologia, Solos e Adubos e outras por curto período, mas acabou se fixando no ensino de Mineralogia, Geologia, Solos e Adubos. No Curso Médio de Agricultura, lecionou Física, Álgebra, Máquinas Agrícolas e Química Agrícola, e, no Curso Complementar, Mineralogia e Geologia.

Nas Semanas dos Fazendeiros, a principal atividade extensionista da ESAV, ministrou, começando em 1938, aulas sobre adubos químicos e seu emprego, preparo e aplicação de adubos orgânicos, adubação verde, esterqueiras, acidez do solo, colagem e preparo de misturas fertilizantes.

De 1945 a 1950, ministrou aulas no Curso Científico do Colégio de Viçosa das seguintes matérias: Geografia Geral, Geografia do Brasil, Química e Física.

Em 1955, foi aprovado no concurso de títulos e provas para professor catedrático da cadeira de Solos e Adubos, ocasião em que defendeu a tese “Determinação das doses de colagem para as terras de cultura”.

Dentre outras atividades do professor Dorofeef, citam-se as de chefe do Departamento de Solos e Adubos, de 1937 até sua aposentadoria em 1964: desempenhou, em comissão, a chefia do Serviço de Fomento de Algodão da Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio de Minas Gerais, de outubro de 1937 a agosto de 1938; membro de comissões examinadoras de professores na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, em 1951 e 1954; autoria do Livro Adubos e Adubações” ( ).

Faleceu, em 20.12.1969, em Sete Lagoas , MG, onde, depois de aposentado na UREMG, trabalhava no então Instituto de Pesquisa Agropecuária do Centro-Oeste.

Era um plurilingüista, e dominava bem o português, falando-o praticamente sem sotaque. Sua grande paixão era o ensino, e sua forma de mestre rigoroso e exigente era bem conhecida pelos estudantes.

O Prof. Dorofeeff foi um dos merecedores de toda a gratidão e reconhecimento da atual Universidade Federal de Viçosa. Esta não existiria sem a consolidação da antiga ESAV, que foi alcançada graças à abnegação e dedicação dos seus professores fundadores, que enfrentaram todo tipo de dificuldades, mas não desistiram, continuaram trabalhando com afinco. A pujante UFV de hoje é o fulgurante resultado desse idealismo.

Anotações do Prof. Clibas Vieira,
em outubro/2004