Carlos Socias Schlottfeldt nasce em 26 de abril de 1919, na cidade de Uruguaiana, RS, filho de Adolfo Schlottfeldt e Isabel Socias Schlottfeldt. Faz seus estudos colegiais no Instituto Metodista Granbery, em Juiz de Fora, MG.
Recebe o diploma de Engenheiro Agrônomo pela Escola Superior de Agricultura e Veterinária - ESAV,   hoje Universidade Federal de Viçosa, em 1940.
 
Em 1941, inicia suas atividades profissionais nesta universidade, como Professor Auxiliar de Entomologia,  Departamento de Biologia. Promovido a Professor Assistente, participa, a partir de 1942, dos cursos de Zoologia, Fitopatologia (Dep. Biologia), Geometria Descritiva e Perspectiva (Dep. Engenharia Rural).

Durante o período 1944-45 é responsável pelo curso superior de Entomologia.
Em 1946, é convidado a se transferir para o Departamento de Genética e Melhoramento de Plantas. É promovido a Professor  Associado, em 1948.

Obtém os títulos de M.S. em Genética, em 1951, e o de Ph.D. em Genética, com áreas complementares em Estatística e Citologia, em 1953, pela Cornell University, Estados Unidos.  Em 1954, é aprovado como Professor Catedrático e lhe é outorgado o grau de Doutor da UREMG.

Diretor da Escola Superior de Agricultura (ESA), permanece no cargo por dois mandatos consecutivos, de setembro de 1954 a fevereiro de 1960. Neste período, são elaborados estudos e propostas de expansão e  aperfeiçoamento da universidade, seguido de um contínuo processo de negociação com entidades nacionais e internacionais, visando à obtenção de apoio financeiro e institucional para sua viabilização e para a implementação desses projetos.

Em 1956, a convite do ETA - Escritório Técnico de Agricultura, visita, em missão oficial, diversas universidades americanas e estuda a organização do sistema de educação superior das instituições visitadas. No período 1956-1959, por indicação do Conselho Universitário, exerce, cumulativamente, o cargo de Diretor do Serviço de Pesquisas da UREMG.

Nomeado Diretor brasileiro do Projeto 39 ETA, período 1957-1960, conduz o programa  que resulta no estabelecimento de um Centro de Ensino e Extensão para educação pós-universitária, o primeiro da América Latina, que veio a exercer papel preponderante na formação em larga escala de extensionistas rurais brasileiros e de países vizinhos.

Participa, em 1958, da fundação e da  estruturação da Associação Brasileira de Ensino Agrícola Superior, ABEAS. Realiza viagem de estudo para avaliação do sistema de pesquisas agropecuárias nos Estados Unidos.

Ainda, em 1958, é  designado Diretor brasileiro do Projeto 55, Convênio Bilateral entre as Universidades de Purdue-UREMG. Responsável principal por sua negociação e implementação, este projeto impulsiona os processos de aperfeiçoamento do ensino, pesquisa e extensão da Universidade, permite a criação de diversos cursos de pós- graduação de alta qualidade, acelera a sua expansão e o seu reconhecimento nos meios acadêmicos nacionais e internacionais. As atividades são iniciadas com a vinda de membros do corpo docente da Universidade de Purdue a Viçosa e com a formação e aperfeiçoamento de professores brasileiros nos Estados Unidos.

Assume, em 1959, a Diretoria da Escola Nacional de Florestas, vinculada a UREMG, organizando a  sua fundação e início de seu funcionamento.

No período 1961-1962  é convidado, como Fulbright Fellow, para exercer a função de Professor Visitante de Genética na Universidade de Purdue, nos Estados Unidos.

A partir de 1963 até 1978 é colocado pelo Governo à disposição da OEA (IICA - Instituto Interamericano de Ciências Agrícolas) para exercer a função de Especialista em Educação e Coordenador do Programa de Pós-Graduação para a Zona Sul deste organismo (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai).

Participa, ativamente, junto de autoridades destes países no estabelecimento de 45 cursos na área de Educação Agrícola Superior, envolvendo 23 instituições nacionais e estrangeiras. Sob sua orientação e apoio são instituídos os primeiros cursos de pós-graduação em Ciências Agrárias em diversos países da Zona Sul da America Latina. Em reconhecimento pelos serviços prestados, recebe diversas homenagens dos governos destes países.

Em 1971, é transferido da Zona Sul do IICA-OEA para a Direção Geral, na Costa Rica, assumindo posição de coordenação de programa semelhante para toda a América Latina e Caribe, além do título de Decano da sua Escola para Graduados.
 
Assume, em 1971, a função de Secretario Executivo da ALEAP - Associação Latino Americana de Educação Agrícola de Postgrado.

É empossado na Vice-Presidência da ALEAS, Associação Latino Americana de Educação Agrícola Superior, em 1973.

De seu extenso curriculum constam inúmeras palestras, cursos e seminários  ministrados nos diversos países Latino-Americanos, além de trabalhos científicos e livros, publicados em vários idiomas, principalmente nas áreas de  Educação, Pós-Graduação Agrícola e Genética.
 
Dentre as diversas honrarias que recebeu destaca-se, a Medalha da Ordem do Mérito do Ex-Aluno, concedida pela Universidade Federal de Viçosa, em 1978.

Convidado a regressar à Universidade, reintegra-se a seu corpo docente em 13 de abril de 1979, prestando novos serviços ao desenvolvimento do ensino e pesquisa na UFV. Participa de várias comissões, dentre elas a Comissão Permanente da Carreira Docente. Trabalha na Instituição até 24 de junho de 1981.

Sua memória permanece na pessoa de sua esposa Lea Bicalho Schlottfeldt,  dos seus filhos Carlos, Gustavo, Maria Luisa, Nivia e Leopoldo e de demais parentes, bem como nos anais da UFV, à qual dedicou grande parte de sua laboriosa existência.

Gustavo A.B. Schlottfeldt
Janeiro de 2010