Diogo Alves de Mello nasce em 6 de agosto de 1893, em Samambaia, município do Estado do Rio de Janeiro. Foi um dos professores fundadores da Escola Superior de Agricultura e Veterinária do Estado de Minas Gerais, hoje Universidade Federal de Viçosa, tendo a honra, de que muito se orgulhava, de ter proferido a primeira aula, em 1 o de agosto de 1927, no novel estabelecimento de ensino superior.
Faz o curso primário no Colégio Batista, no Rio de Janeiro, e, ainda jovem, viaja aos Estados Unidos da América, onde termina o curso secundário, no William Jewell College , em Missouri. Em seguida, ingressa na University of Missouri , em Columbia, onde obtém, em 1922, o grau de Bachelor of Science in Agriculture . Ainda, nesse país, é professor, em 1923, de Agronomia Vocacional, de Química Orgânica e de História Política dos Estados Unidos, em escola secundária de Highland, em Kansas.
De volta ao Brasil, trabalha no Ministério de Estado dos Negócios da Agricultura, Indústria e Comércio, como auxiliar de ensino agronômico ( 1924 a 1926) e, depois, como inspetor de vigilância sanitária vegetal do Serviço Biológico de Defesa Agrícola (1926).
Em 1927 , passa a fazer parte do corpo docente da Escola Superior de Agricultura e Veterinária, em Viçosa, sendo nomeado, em 1928, professor catedrático, aí permanece até 1953. Em seguida, trabalha como extensionista no Serviço do Café da Secretaria da Agricultura do Estado de Minas Gerais. Em 1954, retorna à UFV, como professor na Escola Média de Agricultura, posteriormente, Central de Ensino e Desenvolvimento Agrário de Florestal, escola de ensino técnico profissionalizante, hoje UFV – Campus de Florestal, onde permanece até se aposentar, em 1965. Nesse estabelecimento, ocupa, por dois períodos, o cargo de diretor.
Como professor, participa da l a Semana dos Fazendeiros, em Viçosa, uma das primeiras atividades de extensão rural no Brasil; participa ainda, como examinador, de concursos para professor catedrático no Rio de Janeiro, Pelotas e Viçosa; escreve diversos trabalhos sobre agricultura para revistas especializadas. Sua especialidade eram as culturas arvenses e a cultura do café.
O “Velho Diogo”, assim carinhosamente chamado por muitos estudantes e agricultores, era uma personalidade cativante. Bondoso, alegre, afável, suas aulas atraíam pela maneira como eram lecionadas, com entusiasmo e participação de todos, sendo constantemente homenageado em formaturas por seus ex-alunos.
Em reconhecimento a seus méritos, o professor Diogo foi agraciado com diversas e merecidas honrarias: Paraninfo da turma de engenheiros-agrônomos da UFV, em 1947; Diploma de Honra da Sociedade Mineira de Engenheiros-Agrônomos, em reconhecimento a seus méritos pessoais e aos bons serviços prestados à classe agronômica e ao Estado de Minas Gerais (1966); Diploma de Reconhecimento da mesma Sociedade, pelos serviços prestados à investigação técnico-científica no c ampo da Agricultura e Pecuária (1967); Medalha da Inconfidência, outorgada pelo Governo de Minas Gerais (1967); Paraninfo dos formandos da UFV (1970); Professor Decano e Professor Emérito da UFV (1976); Cidadão Honorário de Florestal (1977); Medalha de Prata recebida da UFV, por ocasião da 50ª Semana do Fazendeiro, em reconhecimento aos trabalhos prestados (1978); Cidadão B enemérito Viçosense (1983); Medalha de Prata e Diploma do Mérito Extensionista, pelos serviços prestados à Extensão Rural no Brasil (1984).
Em sua homenagem, o grêmio estudantil do Campus UFV - Florestal recebeu a denominação de Grêmio Estudantil Diogo Alves de Mello – GEDAM.
Falece, em Belo Horizonte , em junho de 1988.
Clibas Vieira
A Universidade Federal de Viçosa no Século XX.
Pág.71-72. 2006. Ed. UFV. |
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