Personagens
 

John Benjamin Griffing

John Benjamin Griffing nasce em 04 de dezembro de 1885, nos Estados Unidos; estuda em Kansas State College, Drake University, Columbia University, Cornell University e University of Southern California, onde se torna agrônomo, sociólogo e educador. Ocupa cargos de direção em instituições de ensino e de pesquisa nos EUA e Ásia, tendo sido também professor no San Bernardino Junior College, San Bernardino Califórnia.

Em dezembro de 1936, Griffing, assume a direção da Escola Superior de Agricultura e Veterinária do Estado de Minas Gerais - ESAV, tornando-se seu segundo diretor norte-americano. Com a vinda de Griffing para Viçosa, a partir de 1937, a parte experimental toma grande impulso, não só por sua atuação individual, mas também como resultado das primeiras viagens de estudos, por ele estimuladas, de professores ao exterior, para cursos de aperfeiçoamento, mestrado e Ph.D., principalmente nos Estados Unidos e em alguns países da Europa: Alemanha, Espanha, França e Inglaterra.

Em 1942, retorna aos Estados Unidos, onde dirige um curso de treinamento vocacional para os trabalhadores em produção bélica no Estado da Califórnia. Durante a II Guerra Mundial chefia, no Nordeste brasileiro, a divisão de abastecimento do Instituto de Assuntos Interamericanos, entidade governamental norte americana.

É um dos primeiros membros da Junta Governativa da Associação de Crédito e Assistência Rural (ACAR), organização dedicada ao desenvolvimento rural em Minas Gerais, que serviu de modelo a outras semelhantes, espalhadas pelo Brasil, hoje representadas pela Emater. Foi também consultor das Sementes Agroceres S.A.

Retornando aos EUA, continua visitar o Brasil e a colaborar com seus artigos para revistas e jornais agrícolas, é membro correspondente da Sociedade Rural Brasileira. Em 1956 é agraciado pelo governo brasileiro com a Ordem do Cruzeiro do Sul pelos seus relevantes serviços prestados ao País.

Na época em que dirige a ESAV, registram-se a publicação de alguns trabalhos, cinco deles em língua portuguesa. Em seu discurso de despedida da ESAV, em 1939, lê-se.

“Considero como um dos maiores privilégios da minha vida, o ter tido a oportunidade de ajuntar um pequeno tijolo a esse majestoso edifício de amizade e cooperação existentes entre o meu país e o vosso. Sabendo, de antemão, que minha estada entre vós tinha que ser curta, organizei um plano pelo qual mais e mais professores da ESAV pudessem melhorar seus conhecimentos com a experiência no estrangeiro, contribuindo, dessa maneira, muito mais que eu poderia fazê-lo na minha curta passagem pelo vosso país, para a disseminação entre vós de todas as descobertas e novidades que meu país vos pudesse fornecer.

Chegou agora a minha vez de partir. Vou inteiramente confiante, pois embora reconheça meus próprios esforços como fraquíssimos e efêmeros, o grande trabalho de troca internacional de ideias continuará, com bases cada vez mais sólidas de entendimento mútuo e amizade. Pois esta parte pertence a eternidade. Mas, ao partir, reconheço que o meu trabalho ainda não está terminado . Espero levar de volta ao meu país um pouco mais das ideias e da cultura do Brasil, continuar cultivando essa preciosa amizade, a despeito do tempo e das distâncias. A ignorância acerca do Brasil, em meu país, é incrível. Vós conheceis muito mais acerca dos Estados Unidos. Desse modo, é uma oportunidade maravilhosa para mim, dizer aos meus patrícios o que é o Brasil, em realidade. Estou levando comigo – algumas músicas, muito vossas -. E frequentemente, recordando os dias felizes que aqui passei, eu cantarei para mim mesmo as Saudades do Matão. E Matão para mim serão estas lindas serras, no seio das quais se aninha a ESAV, e todos os meus queridos amigos que nela mourejam”. Ainda, sob sua direção na ESAV, cria-se o Clube dos Cantores da ESAV e incentiva-se criação da Revista Ceres.



Álbum de 1939. Viçosa. Formandos de 39
Jornal A Cidade, Viçosa, 12.10.1962
Discurso de despedida, julho, Álbum de formandos de 1939
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