José Valentino da Cruz
Candinho
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José Valentino da Cruz nasce em Viçosa em 24 de novembro de 1913. Ainda adolescente trabalhou na roça e tinha só a instrução primária, mas tinha noções e falava alguma coisa de inglês e francês.. Aprende a tocar violão sozinho, acompanha seus amigos em serenatas, sempre tocando violão.
Na juventude, chega a escrever peças de teatro, que dirige e em que atua também. Produz peças com outros companheiros, com tanto sucesso, que eram convidados para se apresentarem em cidades vizinhas. A que mais se destaca é "O negro que não mente", que fica em cartaz por um ano e meio.
É admitido, em 9 de maio de 1936, na ESAV, onde trabalha por 38 anos. O cargo efetivo era de cozinheiro, mas durante muito tempo é encarregado do refeitório, sendo muito admirado pela fidelidade ao dever. Uma das figuras mais populares da UFV, Candinho era um líder nato, muito carismático. Pessoa alegre, de sorriso fácil, que conversava com todo mundo. Tinha bom ambiente entre os professores, entre os funcionários; era adorado pelos operários, amigo dos estudantes, que o consideravam verdadeiro pai e amigo de todas as horas. O carinho dos estudantes para com o Candinho e dele para com os estudantes começa desde seu ingresso na Universidade. Por diversas vezes, é homenageado pelas turmas de formandos.
Casa-se em 1942 com Maria Engrácia de Paula, com quem tem 12 filhos: Maria José, Vera Maria, Vilma Lúcia, Maria das Graças, Mauro Lúcio, Maurício, Márcio, Milton, José Geraldo, Marcelo, Marli e Antônio Arnaldo. O apelido Candinho vem da avó, que era chamada dona Candinha.
Encabeça a criação da Associação dos Operários da Uremg, fundada em outubro de 1961, a qual preside de 1962 a 1967. Na época, já existia o Operários Futebol Clube, cuja direção organiza e participa.
Por aquelas épocas, década de 60, com o Cléber Silvestre Bernardes e Noé Gomes Cardoso, companheiros na Associação, Candinho consegue a transformação das chamadas classes anexas, salas de aulas que atendiam a filhos de operários e funcionários da Uremg, em escola estadual, o que é hoje a Escola Estadual “Effie Rolfs”. O objetivo era que atendesse também os operários, com o ensino supletivo noturno, após o expediente do trabalho.
A ladeira dos Operários, que hoje leva o nome Vereador José Valentino da Cruz, foi calçada em mutirão de que ele participa, com os operários companheiros, trabalho feito depois do expediente, até tarde da noite.
Benquisto no meio político de Viçosa, é vereador por dois períodos, de 1963 a 1970, época que vereador não recebia remuneração. Como tal tinha voz, era respeitado como liderança da Uremg; na Câmara local integra a comissão de Justiça e Legislação.
Em 1974, nas comemorações do Dia 1º de Maio, recebe da UFV uma placa de prata, pelos bons serviços prestados à Instituição e pelos muitos anos de trabalho.
O Conselho Universitário da Universidade Federal de Viçosa, pela Resolução nº. 09, de julho de 1996, cria a Medalha José Valentino da Cruz (Candinho), visando homenagear servidores técnico-administrativos da Instituição (30 anos homens e 25 mulheres), na comemoração anual do aniversario da UFV, no dia 28 de agosto, em que os funcionários por serviços prestados a Universidade.
Fontes:
UFV Informa, Julho. 1975; Maria José da Cruz Silva e
José Valentino da Cruz, o Candinho. O operário que virou medalha.
Jornal InformaAsav, n.21. p. 4-5. Novembro de 2008
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