Flávio Augusto D'Araujo Couto |
Nasce na cidade do Porto, em Portugal, aos 27 dias do mês de setembro de 1925. Quarto filho de Carlos Antônio D'Araujo Couto e Nilza Amália Ferreira Couto, chega ao Brasil aos três meses de idade. Sua família fixa residência em Niterói-RJ, onde vive até a adolescência. Sua vocação pela agricultura fica externada ao solicitar autorização paterna para transferir-se para Viçosa-MG, com o objetivo de freqüentar o Curso Complementar oferecido pela Escola Superior de Agricultura e Veterinária – ESAV, preparando-se de forma efetiva para o concurso Vestibular do curso de Agronomia. Aos 22 anos de idade, conclui o curso superior pela ESAV, turma de 1947. Seu primeiro emprego, como profissional, é de pesquisador do Instituto Agronômico da Secretaria de Agricultura do Estado de Minas Gerais, função que exerce por três anos.
No ano de 1949, naturaliza-se brasileiro e casa-se com Amélia Alencar, com quem tem os filhos Maria do Carmo, Beatriz, Flávio, Ricardo, Rogério e José Mauro.
Sua carreira no magistério inicia-se em 1951, como instrutor, no Departamento de Horticultura da Universidade Rural do Estado de Minas Gerais – UREMG, ocasião em que publica seu primeiro artigo científico na Revista Ceres 7(48)395-405. 1951, sobre variedades de batata importadas da Holanda. Dois anos depois, é aprovado em concurso público para Professor Assistente, em Olericultura. Complementa sua formação acadêmica nos Estados Unidos, na Universidade da Califórnia - Davis Campus, obtendo, em 1955, o título de Master of Science. Torna-se doutor em Olericultura e Jardinocultura; pela UREMG, em concurso de provas e títulos para o cargo de Professor Catedrático, em 1958.
Numa visão de futuro, o Professor Flávio Couto participa decisivamente na criação dos Programas de Pós-Graduação na UREMG, sendo orientador da primeira tese, em Ciências Agrárias defendida no Brasil, em 1961. Nos dez anos que se seguiram orienta 28 teses. Como Chefe do Departamento de Fitotecnia ( 1961 a 1965) e primeiro Diretor do Instituto de Fitotecnia ( 1965 a 1968), foi intransigente ao programar a capacitação de todos os seus Professores Assistentes, em Doutorado ou Ph.D; consolidando a participação da Universidade no desenvolvimento da pesquisa nacional na agricultura. É sócio fundador e pioneiro da Sociedade de Olericultura do Brasil e da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes. monta e coordena o primeiro projeto piloto de produção de sementes de hortaliças no País, contribuindo para eliminar a dependência tecnológica existente na época.
Após sua aposentadoria, em 1971, aceita o convite da empresa de Sementes Agroceres S.A. para instalar sua subsidiária Sementes Horticeres S.A., na qual foi Diretor Técnico até 1977.
O fascínio pela pesquisa agropecuária é decisivo ao aceitar o convite para transferir-se para a Embrapa – Sede, exercendo a função de assessor do Departamento Técnico Científico. Assume como meta adequar a Uepae de Brasília, transformando-a, de forma gradativa, com vistas em sua estruturação física e de pessoal, para abrigar o Centro Nacional de Pesquisa de Hortaliças – Embrapa Hortaliças, sendo designado, após a inauguração, Chefe-Geral, no período de 1981 a 1985.
Em sua atuação como pesquisador em Olericultura, publica 81 artigos científicos. Presta consultoria ao Instituto Interamericano de Ciências Agrícolas – IICA; à Food Administration Office – FAO; e ao Conselho Nacional de Pesquisa – CNPq. É membro do “Board of Trustees” do International Potato Center - CIP, Lima, Peru, no período de 1983 – 1987, Presidente da Empresa de Assistência Técnica de Extensão Rural do Distrito Federal – Emater-DF, de 1985 a 1988; e Diretor do Núcleo de Desenvolvimento Agropecuário da Secretaria de Agricultura do Distrito Federal, de 1992 a 1995.
Produtor rural de ovinos, é convidado, a partir de março de 2004, a ser consultor do Sebrae-DF para ovinos e caprinos; publica 17 artigos temáticos sobre raças, manejo, exposições e estudos da cadeia produtiva.
O professor Flávio Augusto D'Araújo Couto recebe diversas honrarias, as quais certamente guarda, a todas, com distinção, entretanto, registra-se: - Diploma de Reconhecimento, em 1976, outorgado pela Associação de Professores da Universidade Federal de Viçosa, em reconhecimento aos serviços prestados à Classe Docente e ao Magistério na UFV; - Comenda do Mérito Alvorada, em 1979, outorgada pelo governo do Distrito Federal, pela contribuição prestada à agricultura do Distrito Federal; - Placa Professor Marcílio de Souza Dias, em 1980, outorgada pela Sociedade de Olericultura do Brasil, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao desenvolvimento da Olericultura do Brasil; - Prêmio Frederico de Menezes Veiga, em 1981, outorgado pela Embrapa a pesquisadores em Agricultura; - Comenda do Sol Nascente – Raios de Ouro com Roseta, em 1988, outorgada pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, recebido na Embaixada do Japão, em Brasília, através do Embaixador Koichi Komura, em reconhecimento aos trabalhos prestados aos agricultores de origem japonesa no Brasil.
Flavio Alencar D´Araújo Couto
Viçosa, novembro, 2007 |
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