Natural de Ponte Nova, tipógrafo no sentido mais amplo da palavra, em 1932, começou a trabalhar na Escola Superior de Agricultura e Veterinária (ESAV), como encarregado das oficinas gráficas. Em 1958, já na Universidade Rural do Estado de Minas Gerais (UREMG), afasta-se de suas atividades profissionais por causa de problemas na vista, causados pelas ações das drogas e tintas usadas nos serviços da gráfica.
Servidor exemplar da Instituição, não raro fazendo serões, noite a dentro, numa faina incansável, em tempos difíceis, sob vários aspectos, que lhe exigiam muito esforço e dedicação, dadas as precárias instalações tipográficas de então.
Apesar das dificuldades materiais e pessoais – próprias de uma época em que a ESAV ensaiava os primeiros passos de sua gloriosa caminhada, jamais se deixou vencer pela inércia. Os serviços, dos mais simples aos mais complexos, eram executados e entregues nas datas acordadas, ainda que noites inteiras de trabalho necessárias fossem.
A atividade tipográfica sempre foi, em todos os tempos, admirável escola, motivo por que adquiriu grandes conhecimentos de português. Freqüentemente, descobria erros e vícios de linguagem e, com a finura que lhe era peculiar, conseguia corrigi-los, sem desagradar os autores de certos artigos ou divulgações de interesse geral.
Em 1979, recebe da Câmara Municipal o título de Cidadão Honorário de Viçosa, ao lado do Vice-Presidente da República Aureliano Chaves e outros homenageados, pelo que fizeram em benefício da gente viçosense.
Estimado pai de família deixou uma prole numerosa e educada para o trabalho, pois todos os seus descendentes vêm seguindo seu exemplo, sobremaneira elogiável e duradouro. Ficará perene na memória, na pessoa de seus filhos e parentes, bem como nos anais desta Universidade, à qual dedicou grande parte de sua laboriosa e inesquecível existência.
Era extraordinário o seu desejo de cooperação e a jovialidade de seu espírito, que não envelheceu.
Ao prédio da Imprensa Universitária, hoje Gráfica Universitária e Editora UFV, é atribuído o nome de Francisco São José, aprovado por unanimidade pelo Conselho Universitário da Universidade Federal de Viçosa, em reconhecimento de sua dedicação, zelo, carinho e até mesmo da saúde despendida na Instituição.
Fonte: UFV Informa, 1981, nº 670
UFV Informa. 12.7.1984. 1984
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