O Dr. José de Melo Soares de Gouvêa nasceu em Tombos, MG, no dia 26 de março de 1892, filho do Cel Emílio Soares de Gouvêa e de Da. Clara Melo Soares de Gouvêa.
Fez o curso ginasial no Caraça e de agronomia em Piracicaba, na Escola Luiz de Queiroz. Em ambos se distinguiu pela inteligência e aplicação aos estudos.
Foi diretor do Horto Florestal de Belo Horizonte, tendo sido depois representante do Estado de Minas Gerais na Exposição de Produtos Tropicais, no ano de 1931, em Londres.
Também em Londres, fez um curso técnico de borracha, na Northern Polythecnic School, tendo trabalhado como assistente do prof. Schidroxitz.
Em 1926 seguiu para o Amazonas a convite do Governo daquele Estado, para estudar a situação da borracha na região Amazônica e propor medidas para melhorar a exploração da seringueira e da balateira.
Após estes trabalhos ocupou o cargo de Prefeito de Manaus. De volta a Minas, ingressou novamente no serviço e durante três anos foi chefe de serviço de conservação de estradas de rodagem que partiam de Belo Horizonte.
Em 1928, foi nomeado Inspetor de Agricultura e, em seguida Superintendente de Agricultura, passando depois a Chefe de Serviço e designado para o cargo de Assistente Técnico de Agricultura.
Em 1939, foi comissionado Diretor da Escola Superior de Agricultura e Veterinária do Estado de Minas Gerais, em Viçosa.
Foi nomeado, em 1944, Superintendente do Departamento de Produção Vegetal.
Quando se achava novamente na direção da Escola Superior de Agricultura de Viçosa, em 1946, foi convidado pelo interventor Alcides Lins para exercer o cargo de Secretário da Agricultura.
Depois de passar o cargo de Secretário ao se sucessor, o Dr. Soares de Gouvêa reassumiu a chefia do Departamento de Produção Vegetal, onde continuou a prestar relevantes serviços à agricultura mineira, até a data de sua aposentadoria.
O Dr. Soares de Gouvêa era um grande conhecedor dos problemas e das atividades da Secretaria da Agricultura, pois havendo residido por mais de 30 anos no Horto Florestal, pôde assistir e participar de suas sucessivas transformações em Estação Experimental e em Instituto Agronômico, órgãos estes criados por ele, quando no exercício de secretário. Os funcionários técnicos e administrativos do Instituto, bem como seus operários, obedeciam com zelo e dedicação todas as ordens emanadas do Dr. Soares de Gouvêa, e os reflexos de seus trabalhos se espelhavam no excelente aspecto do Instituto, com rico orquidário, onde se encontravam raras orquídeas, cobiçadas pelos mais experimentados orquidófilos de Minas, e um enorme e alegre viveiro de pássaros, com representantes de várias espécies, que integravam a residência por ele ocupada; o Dr. Soares de Gouvêa dispensava os maiores cuidados a estas dependências.
Foi o Dr. Soares de Gouvêa uma das mais destacadas figuras de Técnico, cuja capacidade de trabalho pode ser demonstrada no exercício de várias e importantes funções por ele ocupadas no serviço público.
Lamentava-se que o pequeno espaço de tempo de sua administração não lhe tenha permitido realizar o que dele se esperava se tivesse tido maior duração seus trabalhos à frente da pasta da Agricultura.
No dia 29 de dezembro de 1973, veio a falecer em Belo Horizonte, deixando viúva D. Itala Carrão Soares de Gouvêa e um filho, José Teixeira Soares de Gouvêa.

Fonte: Guimarães, Anchieta (páginas 443 e 444)
Secretários da Agricultura de 1933 a 1988: esboço histórico-administrativo / Anchieta Guimarães – Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1990. 
4 v. 1.      Minas Gerais – História-Administrativa. 2. Secretaria da Agricultura-Histórico. I. Título