Personagens
 

Rubens Raposo

Nasce na Povoação de Serraria, do Distrito de Sant’Anna do Deserto, Município de Matias Barbosa, Termo e Comarca de Juiz de Fora, Estado de Minas Gerais, no dia 7 de dezembro de 1899, segundo filho do casal Manoel Botelho de Souza Raposo, português, e de dona Anna do Amaral Abreu e Silva Raposo. Seus pais, ambos viúvos que se uniram em segundas núpcias, tinham filhos de suas uniões anteriores: ele, três adolescentes; ela, dois ainda pequenos.

A família transfere-se para a cidade de Palmyra (atual Santos Dumont). Aí ele conclui o curso primário. Trabalha no comércio local, para ajudar no sustento da família, de modesta condição e crescente, com o nascimento de outros irmãos. Organizado, metódico, “bom de conta”, trabalha no almoxarifado de uma companhia gráfica, quando é convidado por seu irmão (João Carlos Bello Lisboa) a trabalhar em Viçosa, na construção da Escola Superior de Agricultura e Veterinária.

Desembarca em Viçosa no dia 14 de setembro de 1922. No mesmo dia, começa a trabalhar na organização do almoxarifado da obra, Pouco tempo depois, é  removido para a função de Apontador, responsável pelo registro de toda mão-de-obra utilizada nas diversas etapas da construção.

Casa-se em 30 de junho de 1930 com Maria da Silva Bernardes, filha de Antônio da Silva Bernardes Júnior e Maria Lopes Rosado Bernardes. Da união nascem os filhos José Bernardes Raposo, Maria Ignez Raposo Guadagnin e Ana Maria Raposo Rocha Gomes. Sua esposa falece em 13 de julho de l939. Não contrai novo matrimônio.
 
Após a inauguração da ESAV, continua como Apontador, acumulando a função de  responsável pela vigilância permanente do campus, incluindo a construção e manutenção de cercas, tapumes e aceiros em toda a extensão do campus; a limpeza anual da represa de água potável; a conservação de avenidas, alamedas e parques; a coleta e destinação de todo lixo recolhido; e o controle do uso de caminhões, jardineira e carroça de entregas. De bicicleta, percorria pelo menos duas vezes por dia toda a extensão do campus.

Preocupava-o a formação de mão-de-obra, procurando pessoas, notadamente jovens, para o aprendizado: bombeiros, eletricistas, carpinteiros, seleiros, campeiros, tratadores de animais, tratoristas, auxiliares de laboratório e outras funções em demanda. Preferencialmente, indicava aprendizes entre filhos de operários, já que conhecia cada família, sabia onde morava, número de filhos e suas carências.
 
Exerce por muitos anos a função de Tesoureiro da Caixa de Socorro “Dom Silvério”, entidade que ajudara a fundar, juntamente com o professor Joaquim Fernandes Braga, objetivando socorrer emergências de operários diaristas. A presidência dessa Caixa sempre foi exercida por um professor, eleito em assembléia anual. Sempre deu seu apoio às atividades esportivas do operariado da ESAV, tendo sido conselheiro (em distintos períodos) e presidente do Operário Futebol Clube.

Na função de Apontador Geral, aposenta-se em 1º de julho de 1953, depois de trabalhar continuamente por mais de 30 anos, sem ter em sua folha corrida um só dia de falta.

Aposentado, transfere-se para Belo Horizonte, onde livremente passa a funcionar como elo de ligação entre servidores da UREMG e do IPSEMG (Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais), agendando consultas e exames especializados, visitando doentes em pensões, hospitais e sanatórios etc, Volta a residir em Viçosa em abril de 1955.

Por especial deferência do Pároco de Santa Rita de Cássia, Padre Carlos dos Reis Baeta Braga, em 1965, torna-se um dos primeiros agraciados, na Arquidiocese de Mariana, com a função de Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística, a qual exerce até o dia 15 de novembro de 1977, data em que falece. Recebe da Câmara Municipal de Viçosa, em 1976, o título de Cidadão Benemérito de Viçosa.

Fonte: José Bernardes Raposo
Julho/2008

Rubens Raposo